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terça-feira, 5 de abril de 2011


Meu coração que às vezes parecia tão de lata, tão sangrado e de vezenquando parecia até um nó de gravata, já não ganhante de mais nada, aparece você violentamente, sem pedir licença, com força, pesado, me fazendo ficar assim mais duradouro, mais de olho aberto pra ti, pra vida que às vezes parece tão insignificante, mas é tão bela também. Aparece você que tem as mesmas fantasias, que parece ter também um peito de lata e um coração sangrado. Aparece você que parece tão eu assim, às vezes nada, às vezes tudo. Aparece você que parece tão eu, saindo por aí, procurando. Tentando consumir algo. Tentando absorver alguém, alguém assim apaixonante, alguém assim bem completo. Bem ”tudo”.
Em uma casa que eu estou, entre portas fechadas e janelas nas mesmas e rabiscadas, me vejo tão nítido com a solidão e com o preto. Eu prometo como tento inventar os meus dias aqui, tento inventar o meu caminho fazendo com que nenhuma luta e nenhuma tapa da vida me faça embrutecer. Prometo até que tento atravessar a noite sobre uma desintegração enorme, fazendo com que nenhum ponto seja capaz de me esmagar. Tenho uma cabeça grande, cheia de pensamentos e fartura, eu sei. Eu posso achar que aqui, onde eu estou; na minha casa, no meu quarto, ou em qualquer canto possa ser um pesadelo, mais eu vou vivendo, vou viver. Batalho pra ficar na boa, no lago, na minha cama. Prometo que tenho uma alegria esperta e única. Poucos entendem ela. Mas, ah menina, ah menino, não banco a desorientada e distante de tudo: os meus olhos se alargam tanto quanto o meu coração, tanto quanto a minha vida e minha única esperança de permanecer vivo acreditando somente em mim. E se um dia eu pensar, como hoje, não sei, que tudo está vazio, solidão e no preto, eu lembro: Eu tenho o meu encontro, a minha força. E então assim, as coisas vão dá mais certo.

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