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terça-feira, 3 de maio de 2011

Uma gota de esperança.


 
Melissa entra no bar.
 - Uma dose de amor e duas pedras de gelo,por favor.
 - Xi, moça. O estoque de amor acabou há alguns meses e o caminhão que trará a nova remessa  ainda não chegou. O preço do amor subiu muito e as pessoas não estão dispostas a pagá-lo.
 - Me sirva então paixão.Ou vai dizer que paixão também está em falta?
 - Desculpe, mas é verão, a paixão acaba rápido, principalmente nessa época. Só quem a tem agora são as pessoas que já vêm cultivando-a em  por conta própria.
 - Haveria então..
 - Saudade? - Interrompeu-a ele.
 - Não,não.Tenho uma prateleira cheia delas lá em casa. Preciso cuidar bem delas, lustrá-las todos os dias... dão um trabalho!
 - Acho então que não poderei ajudá-la hoje, senhorita. É uma pena.
 - Espere. Você teria, ao menos umas poucas gotas, de esperança?
 - Mas é claro! Esperança! Como não pensei nisso antes? - Disse decepcionado. - Sabe moça, esperança aqui nunca falta. Às vezes quando o estoque já está se esgotando e todos ficamos desesperados achando que o que temos não durará mais que poucas semanas, O sr. Tempo - encarregado de de fazer as entregas - sempre aparece com caminhões lotados dela. Pois aqui pode faltar amor, paixão, a saudade pode passar do prazo de validade,  mas a esperança não envelhece nem desaparece, nunca falta e nunca é demais, ela está sempre lá, à espera de quem queira tomá-la e sentí-la. 

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