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terça-feira, 15 de março de 2011

        E então eu deixei você ir. Não me pergunte o porquê, eu também não sei. Passo cada segundo do meu dia me perguntando isso. Talvez porque queria ver você se segurando na porta não deixando que eu feche, me pedindo pra ficar, cumprindo com sua promessa de que não me deixaria ir nem que eu quisesse. Talvez porque eu não sou forte o suficiente pra cuidar de você, ou idiota demais por achar isso. E então eu vi a minha vida escorrendo pelas minhas mãos. E então eu não tenho mais vida. Você é minha vida, é o amor da minha vida. E eu a perdi. Perdi como se perde uma bola de gude ao chegar da rua, com as mãos escorregadias, molhadas de lágrimas, essas que enchiam minhas mãos a mais de uma semana por não saber o que fazer. Pelo fato de você me ter demais, pelo meu medo, pelo poder que você tem sobre mim. Eu te amo, e você foi a primeira e única pessoa a ouvir isso de mim, e última, talvez. Os meus braços não estão fechados pra você, minha porta está aberta, porque por mais que a vida dê várias voltas, você nunca vai deixar de me ter, eu sou tua, de corpo e alma, sempre.

Jéssica Barreto              Onde é que eu estava com a cabeça, de acreditar em contos de fadas, de achar que a gente manda no que sente e que bastaria apertar o botão e as luzes apagariam e eu retornaria minha vida satisfatória, sem seqüelas, sem registro de ocorrência? Eu nunca amei aquele cara, Eu tenho certeza que não. Eu amei a mim mesma naquela verdade inventada. Não era amor, era uma sorte. Não era amor, era uma travessura. Não era amor, era sacanagem. Não era amor, eram dois travessos. Não era amor, eram dois celulares desligados. Não era amor, era de tarde. Não era amor, era inverno. Não era amor, era sem medo. Não era amor, era melhor.

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