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sábado, 4 de dezembro de 2010

“Quis ser você inteiro, morar aí dentro, bombear e mandar nas suas veias. Mas você é tão livre, tão acima do chão. Tão acima de minha cabeça. Da minha cabeça que está aos seus pés. (...) Mas de nada adianta. Estou eu aqui, de novo, mas mais uma vez tão única e surpresa, engasgada até onde se pode sentir falta de ar. Engasgada de você ir embora, engasgada de você voltar. Engasgada de você sempre sorrir. (...) De que vale eu deixar de existir, se você não me percebe! Sigo inchada, sigo cheia de coisas para cuspir em você, sigo pontuada por esses batimentos cardíacos que descem quando te vejo. (...) E você continua indo embora, e eu continuo ficando, vendo você levar partes de mim que antes eu nem sentia falta. E você continua escrevendo sua história pulando linhas, errando palavras, esquecendo os títulos. E eu continuo escrevendo seu nome com letras cheias, para tentar preencher você de alguma maneira. Pra tentar deixar tangível a sua existência. E, principalmente, para poder amassar o papel e jogar no lixo.”

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